Você é abusivo? (Não responda antes de ler!)

“Acredite em mim, grande parte do que lhe disseram que era cuidado paterno ou materno era, na verdade, abuso. Se você continua inclinado a minimizar e/ou racionalizar os modos pelos quais foi envergonhado, ignorado ou usado para satisfazer seus pais, deve agora aceitar o fato de que essas coisas, na verdade, feriram sua alma.” John Bradshaw

Muitos de nós, senão a maioria, quando ouve o termo abuso, logo associa ao abuso sexual. Raramente temos claro na mente o que o termo significa e como é consumado o tempo todo, por nós e contra nós. Penso então, que cabe antes de mais nada, uma definição do que significa abuso.

Abusar é o uso inadequado, egoísta e excessivo de algo ou alguém. Nesse texto quero falar com você apenas sobre o uso de pessoas. Se você acha forte demais essa colocação e acredita que não faz parte da sua realidade, coloco a seguir alguns exemplos pra você entender melhor o quanto o abuso é mais comum do que pensamos.

Quando dizemos para uma criança que ela é responsável pela nossa tristeza ou alegria, colocando a responsabilidade das nossas emoções sobre um ser incapaz de se responsabilizar por isto, estamos sendo abusivos.

Quando desejamos sexo com o companheiro e antes de perguntar se o desejo é recíproco agimos como se fosse, estamos sendo abusivos.

Quando de posse de alguma informação, manipulamos uma conversa com vistas a receber um resultado de alguém que beneficia apenas a nós mesmos, é abuso.

Quando forçamos controle sobre uma pessoa, querendo que ela faça o que achamos que ela tem que fazer, estamos cometendo abuso.

Quando agimos com os outros como se soubéssemos o que eles querem e precisam, e fazemos com eles e por eles coisas que não pediram, ou desejam, estamos sendo abusivos.

Quando tratamos um filho como o homenzinho da mamãe, colocando-o no lugar de companheiro adulto, estamos sendo abusivos.

Em todas essas situações, e tanta outras, estamos exigindo de outra pessoa mais do que ela poderia dar para continuar honrando a si mesma. Em todas, existe um senso interno dizendo que nossa necessidade é mais importante e urgente do que a do outro.

Abuso é sentir-se na obrigação de ser feliz tendo que ser outra pessoa para receber atenção e amor. Sentir-se na obrigação de ficar calada enquanto seu corpo é usado sexualmente (realidade de muitas mulheres, sobretudo casadas)... de carregar nas costas as responsabilidades emocionais de outras pessoas (realidade de muitos filhos, inclusive crianças)... de aceitar o “presente” não pedido e o “convite” feito... de atender aos comandos alheios, sem recusa.

Quantas vezes perguntamos e ouvimos as perguntas: “Você quer?” e “O que você acha?” retoricamente? Sem curiosidade genuína? Sem nenhuma ânsia de conhecer o indivíduo a quem a pergunta é dirigida, mas projetando nele os próprios valores e ego? Toda vez que fazemos e nos fazem isso, é abuso!

O abuso é de fato uma pandemia que nos esquadreja há décadas. Está presente na nossa cultura, educação e na maneira pela qual identificamos amor. Uma humanidade mais fraterna e pacífica não nascerá desse amor, mas de um amor maduro, que respeita a individualidade do outro, caminhando com ela, ao invés de invadi-la.

Se você quer se sentir mais livre para falar os “nãos” que deseja, e quer entender como pode estar sendo abusivo nas suas relações, entre em contato, e vamos juntos fazer nossa parte.

Silvia Costa

Constelação Familiar

Desprogramação do DNA

Cura da Criança Interior

17 99650 3500

@silviacostadh