Corpo e culpa
Informe-se. O que significa informar a si mesmo? Significa transcender e desconfiar da ideologia. Vá para a experiência direta. O que você pensa quando enfrenta a cachoeira? O que você pensa quando faz sexo? O que você pensa quando toma psilocibina? Tudo o resto é boato não confirmado, inútil, provavelmente mentira. Então, liberte-se da ilusão da cultura. Assuma a responsabilidade pelo que pensa e pelo que faz. Terence Mckenna
Quando comecei o trabalho com minha criança interior, há 4 anos, a lição mais valiosa que aprendi foi: eu posso cuidar de mim mesma, eu posso realizar o que desejo sem precisar da aprovação e permissão de outra pessoa. Como adulta, EU POSSO.
Na época isso foi tão poderoso que me levou a um novo patamar de saúde emocional e a um comprometimento profundo comigo, com minhas necessidades, e com a aceitação das descobertas que fui fazendo sobre mim, fortalecendo, deliberadamente, meu amor próprio; e desenvolvendo algo importantíssimo para trilhar esse caminho, a autoproteção.
Eu falo muito sobre liberação não é à toa. Durante muitos anos da minha vida eu senti como se um enorme fardo estivesse sobre mim, uma opressão desumana que me impunha regras que não faziam sentido pra mim. Eu passava por isso em muitas áreas, mas a pior era a sexual. E quero explicar que sexual não é apenas penetração, falo de tudo o que tem a ver com intimidade com o meu corpo e desejos.
Antes de começar o trabalho com minha criança interior eu usava tanto o futuro do pretérito (eu deveria), e o pretérito imperfeito do subjuntivo (se eu tivesse), que eu vivia em culpa e desaprovação. E, talvez, por ser tão apaixonada por línguas, vejo a beleza da coerência entre linguagem e estado de espírito aqui. Futuro do pretérito é um futuro do passado, é algo que já aconteceu, mas parece que emocionalmente não está resolvido. “Eu deveria” está carregado de pesar e arrependimento… Enquanto o pretérito imperfeito é um passado imperfeito, é uma história não aceita. “Se eu tivesse” é uma esperança inútil, como chorar o leite derramado. Esses dois tempos verbais carregam uma postura intrínseca de desaprovação sobre si mesmo.
Essa desaprovação vem das histórias que contamos pra nós mesmos sobre quem somos; sobre o que aconteceu e o que está acontecendo com a gente e com os nossos relacionamentos. A gente inventa sagas inteiras sobre o que deveríamos fazer e quem deveríamos ser. Fomos tão castrados pela cultura, pelas crenças familiares, pela ideologia de gênero, pela religião... pela química através do uso de anticoncepcionais e antidepressivos, pelos excessos, abusos e falta de autocuidado, que quando flertamos com nossa natureza corporal, sentimos que não podemos nos aceitar como somos.
Já ouvi sobre ser pecadora. Creio que a Inteligência Divina teria inventado seres com menos diversidade, mecanismos psíquicos e terminações nervosas destinadas ao prazer se tivesse a intenção de manter todo esse pessoal casto. Me falaram muitas vezes sobre equilíbrio. Tem receita de equilíbrio para seres tão diversos? Já me disseram sobre troca de energia. E o que pode ser tão mau em trocar energia sexual se energia se troca até por pensamento? Além disso, todos somos feitos de luz e sombras, estamos sempre equilibrando ying/yang, caos e harmonia.
Não estou dizendo que equilíbrio não é bom, que a troca energética que ocorre durante o sexo não é extremamente poderosa, ou que o sexo deve ser encarado como diversão banal, do tipo, ir todo final de semana no bar encher a cara porque todo mundo vai. Mas quero dizer que existe uma diferença enorme entre sexo divertido, criativo e sem culpa, e o sexo banalizado.
Não nos ensinam a aprender sobre sexualidade e corpo de maneira segura. Muitas vezes os únicos “guias” disponíveis são cultura e pornografia. Então, se você decidiu aprender sobre a potência do seu corpo, se informar, manter sua saúde e se co-responsabilizar pela do outro… Se você entende na pele suas necessidades, se você entende o quanto precisa ou não de toque e intimidade… Se você renunciou ao futuro do pretérito e ao pretérito imperfeito do subjuntivo… E renuncia a culpa, desfrutando do presente para aprender sobre quem você é, quero que saiba que não há nada de errado com você.
Silvia Costa
Constelando e terapiando a vida na prática.
Constelação Familiar
Desprogramação do DNA
Cura da Criança Interior
Tecnologia do Espírito (Apometria Quântica)
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@silviacostadh