A medida não foi adotada por acaso. Do outro lado do campo estava um dos melhores treinadores do mundo na atualidade, o alemão Jürgen Klopp, que com seu conceito de intensidade e pressão no campo de ataque construiu uma campanha bem mais sólida. Assim, apesar de estarem postadas no mesmo 4-3-3, Real e Liverpool adotaram estratégias opostas Os ingleses davam amplitude com seus dois laterais e apostavam em um trio de ataque bastante movediço para confundir a marcação e retomar a bola assim que ela fosse perdida. No meio, o hispano-brasileiro Thiago Alcântara, formado nas canteiras do Barcelona, ditava o ritmo dos golpes. Foi desta forma que se criaram inúmeras oportunidades de abrir o placar, transformando o egípcio Salah no maior finalizador da partida, com seis finalizações.
Aliás, pelos números frios do jogo, não seria um absurdo ver o Liverpool vencedor do duelo. Ao todo, foram 24 finalizações inglesas (nove em direção ao gol, todas parando em Courtois), contra apenas quatro dos espanhois (duas em gol).
Ancelotti, por sua vez, organizou o Real Madrid para negar espaços. Exemplo disso foi a escalação do volante uruguaio Valverde para cobrir os avanços do lateral Robertson pelo lado direito de defesa. Assim, sem a bola, Modric se desprendia do trio de meias para auxiliar Benzema a dar o primeiro combate na saída de bola rival. Por trás deles, formava-se duas linhas de quatro.
Na ponta esquerda, Vinicius Júnior era quem ganhava maior liberdade e, acionado em velocidade, tinha a missão de cair às costas do ofensivo lateral Alexander-Arnold. Pois, quis o destino, que o volante improvisado no corredor direito fosse à linha de fundo e transformasse uma tentativa de chute em um passe na medida para que o brasileiro estufasse as redes de Alisson. Foi o prêmio a um Real Madrid humilde, aplicado taticamente e, claro, com sorte de campeão.