São Paulo, Brasil
O Palmeiras sofria. O Santos estava muito melhor na Vila Belmiro.
A expectativa era que o time de Fábian Bustos iria abrir o placar a qualquer instante.
Até que, aos 22 minutos do segundo tempo, a bola ia saindo pela linha de fundo santista. Marcos Rocha estava de costas, quando, inexplicavelmente, Rodrigo Fernández decide dar 'uma ombrada' na espinha do lateral.Pênalti.
Depois de 24 cobranças perfeitas, Raphael Veiga foi para a cobrança.
Bateu forte, a batida de pé esquerdo vai para o canto direito de João Paulo, que salta para o esquerdo. Mas a bola beija a trave, no alto.
Lance capital desperdiçado.
Mas que teve reflexo nos dois times. O Palmeiras ganhou confiança. E o Santos passou a ficar mais preocupado, tenso. Perdeu a iniciativa, se voltou para a defesa.
E aos 34 minutos, o resultado concreto do golpe psicológico.
Raphael Veiga cobrou escanteio, Gustavo Gómez cabeceou, João Paulo estava na bola, mas Lucas Pires tentou salvar e o que conseguiu foi desviar do goleiro.
Palmeiras 1 a 0. Bustos, desesperado, deu sua contribuição para o Palmeiras.
Ao tirar Marcos Leonardo e Léo Baptistão, que davam imenso trabalho para a zaga de Abel Ferreira, o treinador colaborou com o rival. Rwan e Bryan Angulo entraram muito mal.
Com outras características, não prendiam a bola no ataque, nem mostravam a mesma gana, garra, para brigar nas divididas com os zagueiros. Foram péssimas substiuições do técnico argentino.
O Palmeiras chegou a 15 pontos, assumindo a liderança temporária do Brasileiro. Foi a terceira vitória no torneio nacional, que se tornou obsessão de Abel Ferreira. Mesmo com seu time fazendo campanha histórica na Libertadores e conseguindo seguir na Copa do Brasil.
"Acho que o primeiro tempo foi equilibrado, o Santos foi bem, mas conseguimos controlar o jogo.
"No segundo tempo, mostramos a força mental do nosso time...
"Mas foi um jogo muito difícil, mas conseguimos os três pontos que é o mais importante", resumiu, Gustavo Gómez, que sofreu muito na partida, até o pênalti de Raphael Veiga.
O primeiro tempo foi do Santos. Bustos colocou seu time muito mais objetivo, diante do Palmeiras que trocava passes na intermediária, com Raphael Veiga e Gustavo Scarpa muito bem marcados. Dudu, sem inspiração. E Marcos Rocha e Jorge sem iniciativa de ataque. Rony isolado na frente, trombando com os zagueiros, improdutivo.Mas a origem do problema era Gabriel Menino, que substituía Danilo, na Seleção. Ele não conseguia marcar e nem ajudar na construção das jogadas ofensivas. Sobrecarregava Zé Rafael, produzindo uma pane que refletia no ataque palmeirense.
O Santos tinha espaço para aproveitar o entusiasmo de sua torcida. Jhojan Julio fazia ótima partida. Conseguia encontrar os entusiasmados Marcos Leonardo e Léo Baptistão. O trio complicava, expunha, o ótimo sistema defensivo palmeirense.
Enquanto o Palmeiras não mostrava agressividade, só posse de bola, o Santos era agudo, veloz, buscava na maior competitividade vencer o clássico.
A perspectiva de vitória, quando acabou o primeiro tempo, era santista.
O Palmeiras voltou com Raphael Veiga na esquerda e Gustavo Veiga na direita, para tentar complicar a marcação santista.
O Santos seguia empolgado. Quanto Bustos fez a primeira péssima troca. Trocou Julio por Ricardo Goulart, que não consegue ser o mesmo jogador de anos atrás. O ataque santista sentiu o golpe. A bola já não chegava para Marcos Leonardo e Léo Baptistão.
O Palmeiras também trocou. Saíram Murilo, contundido. E Dudu, que fez rara péssima partida. Rafael Navarro entrou como 'centroavante' e Rony passou a atuar no lado esquerdo do campo.
O jogo estava equilibrado, quando veio o pênalti infantil, desnecessário, absurdo de Rodrigo Fernández. Raphael Veiga desperdiçou, mas o Palmeiras saiu fortalecido mentalmente.
Aí, Bustos fez outra duas trocas inacreditáveis. Tirou Marcos Leonardo e Léo Baptistão. E sabotou seu ataque, de vez.
Tudo ficou terrível para o Santos quando Gustavo Gómez aproveitou, de cabeça, o escanteio de Raphael Veiga.O gol do Palmeiras, aos 34 minutos, decidiu o jogo.
Porque o Santos não teve como atacar.
A não ser a pressão obrigatória do time que atuava em casa e perdia o clássico.
O time de Abel Ferreira não sofreu.
Conseguiu três importantes pontos.
Com a ajuda do técnico argentino Fábian Bustos.
E suas trocas indecentes...