Para que fiquemos em vida, temos que respeitar o inacabado. Bert Hellinger
Creio que muitos conheçam a história de Nan-in e o professor, mas para aqueles ainda não conhecem essa pérola, aí vai um resumo:
Um dia, um professor foi visitar Nan-in, um mestre zen. Ele estava intrigado com a influência que esse mestre exercia nos jovens e da forma como era admirado por sua sabedoria, sensatez, prudência e simplicidade.
Durante a conversa, o professor interrompia o mestre com frequência para falar de suas convicções, mostrando incapacidade de ouvir e aprender as sábias lições que o mestre Nan-in tentava passar através de sua experiência.
Percebendo essa inabilidade, o mestre ofereceu-lhe um chá e o serviu. E mesmo após a xícara estar cheia, o mestre continuou derramando o chá sobre a xícara. O professor não se conteve: “Por acaso, não percebeu que a xícara está completamente cheia e que já não cabe mais nenhuma gota?”
O mestre então, parou de derramar o chá sobre a xícara e disse calmamente:
“Assim como esta xícara, o senhor está cheio de certezas. Desta forma, como poderei dar-lhe novas ideias e perspectivas? Você não tem espaço! Se você realmente busca ter conhecimento constante, então tem que esvaziar a sua xícara”.
O perigo de já saber é o piloto automático. Ao passo que as dúvidas cessam as motivações de outrora são esquecidas e pouco a pouco repetimos comportamentos que não fazem sentido.
Deixamos o guarda roupa cheio de roupas velhas, novas nunca usadas e coisas que não nos servem mais. Nos apegamos a conclusões particulares que não têm nenhum sentido do ponto de vista racional. Esquecemos que a vida é histórica, esquecemos das origens das coisas. Formulamos respostas enquanto fingimos ouvir. Olhamos para as pessoas sem vê-las. Encaramos nossos problemas com os velhos óculos empoeirados.
Não estou dizendo que temos que nos colocar em xeque a todo momento. Não. Nós, definitivamente precisamos de alguma estabilidade estrutural para conseguir lidar com a própria existência e com a vida.
Estou dizendo que é preciso que aprendamos a “ter o pasmo essencial que tem uma criança”. Que para aprender, é preciso desaprender, e para ouvir, humildade.
Fazer terapia, mudar algo na relação, no comportamento, estudar, ler….ressignificar as coisas é preciso, mas não poderemos fazê-lo com as xícaras cheias!
História de Nan-in e o professor, adaptado de: https://www.japaoemfoco.com/esvazie-sua-xicara-filosofia-zen/
Então.... vamos ver como está a nossa xícara 🤔🤔🤔🤔Refletir, analisar, ouvir ... crescer !!!
Perfeito. A mente aberta é a única que pode evoluir.