“Urge resgatarmos o melhor de ambas as tradições, a do matriarcado e a do patriarcado, seja como instituições históricas e culturais, seja como arquétipos e valores. Importa inseri-las num novo paradigma no qual os princípios masculino e feminino, os homens e mulheres juntos, inaugurem uma nova aliança de valorização da alteridade, apreço da reciprocidade e da potenciação das convergências em vista da salvaguarda da integridade do criado e da garantia de um futuro esperançoso para a humanidade e do planeta Terra.”
(Rose Marie Muraro e Leonardo Boff. “Feminino e Masculino: Uma nova consciência para o encontro das diferenças”.)
Aqui do meu lugar de fala: mulher, preta, terapeuta, 4º filha, irmã mais velha de um menino(homem hoje), hétero e de pensamento aberto sobre as questões que envolvem o relacionamento e a sexualidade, sempre pensei: Será que um dia um encontro mais amoroso, igualitário e pacífico entre homens e mulheres vai ser possível?
Acho que nesse tempo que vivemos, temos esbarrado, especificamente, em ansiedades frente ao novo que ainda está em construção.Um novo homem tenta surgir, um homem que está mais disposto a olhar para suas carências e vulnerabilidades. Que já percebeu que o machismo lhe custa também muito caro e tem se inclinado para a mudança da linha horizontal para a vertical. Da mesma forma, as mulheres, têm se organizado em grupos, e acolhido sua ciclicidade, amado seus corpos e compreendido que os valores patriarcais não correspondem à realidade de quem são.
No entanto, parece que mulheres e homens com elevado amor próprio e dispostos a ir além do que a cultura lhes dita, não têm conseguido criar juntos o encontro tão desejado. Perdemos, assim, a oportunidade de evoluirmos como espécie para outro nível de consciência, de aceitação e acolhimentos das nossas diferenças.
Minha inquietação sobre isso era tanta que decidi viabilizar um círculo de homens, para que, como as mulheres já começaram a fazer, tivesse um espaço seguro para ser e sentir, sem a obrigação de performar, podendo expor suas histórias e dificuldades. Mas, infelizmente, esse projeto não deu certo. Depois de já ter desistido, recebi um grato presente que foi conhecer o Eduardo Kopp, psicólogo, especialista em Jogos Cooperativos e Danças Circulares e já trabalha com grupos de homens. Juntos, nos complementando e apoiando, idealizamos o 1º Círculo Misto.
A proposta do 1º Círculo Misto é de proporcionar um espaço terapêutico para compartilhar o que sentimos, sem julgamentos, percebendo que não estamos sozinhos. É um espaço para homens e mulheres que buscam um norte, uma referência, um mapa para se localizar, aprender e reaprender a ressignificar os relacionamento. Os encontros serão online e começarão no dia 15 de setembro.
O encontro entre Masculino e Feminino é possível!
Um novo homem tem se construído, mas sem acolhimento, não terá espaço nas relações. A mulher que iniciara sua cura agora precisa de coragem para praticar o que aprendeu, e precisará de amorosidade.
O amor só acontece quando estamos desarmados.
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